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Catedral do Amor

Público·371 Construtores

Hoje entramos no estágio de polir a pedra para que o amor possa seguir atuando através das relações.

A esmeralda é a pedra de contemplação de hoje e me lembrei de um trecho do poema de Thiago de Melo:


"Contigo, companheiro que chegaste,

desconhecido irmão de minha vida,

reparto esta esmeralda que retive

em meu peito no instante fugitivo

mas infinito em que se acaba a infância,

porque a esmeralda não se acaba nunca.

Reparto, companheiro, porque chegas

a este caminho longo e luminoso

mas que também se faz áspero e duro,

onde as nossas origens se abraçaram

dissolvendo-se em paz as diferenças,

engendradas na vida pela força

feroz com que desune o mundo os homens

que feitos foram para cantar juntos

porque só juntos saberão chegar

para a festa de amor que se prepara.

Porque tudo é chegar, meu companheiro

desconhecido, meu irmão que plantas

o grão no escuro e nasce a claridão.

É chegar e seguir, os dois cantando,

os dois e a multidão num só caminho,

em direção ao sol que nos ensina

a ser mais cristalinos, parecidos

ao menino que fomos e que somos

de novo dentro do homem,

desde que o homem

seja capaz de repartir seu canto

e um pedaço de sol bem luminoso

a esse desconhecido ser que chega

sem nada: traz apenas a esperança

de ver o amor de perto. E sem ter canto

no peito machucado, de repente

de coração contigo vai cantando,

e vai na vida, a vida desgraçada,

achando uma fé nova enquanto um gosto

de também repartir lhe sobe na alma:

está no seu caminho e então reencontra

o menino que foi, quando a esmeralda

perdida no seu peito resplandece

de amor geral que se reparte e cresce.


Canto em tempos de cuidado - Thiago de Mello - 1965


  • karinacoutinho001
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